domingo, 29 de julho de 2012

Furtiva...


Eu já fui mordida picada e cuspida,
Já caminhei sobre cacos em brasa
Já deixei para trás no caminho um rastro de sangue
já provei do amargo da morte no fio da espada

Eu já me escondi no meio das sombras da noite escura
E bailei com as brasas de fogo da espingarda
Já escutei o trovão fazendo o chão tremer
Já senti o cheiro da bala zunindo no ar ao ser disparada

Eu já vi a cor ocre e podre da lápide do túmulo
o soco covarde e insano quebrando meus ossos
Já atravessei todo o campo em chamas, já pulei sobre o muro!
e cruzei com o covarde canalha a me encarar

Há de fato muitas mulheres morrendo de uma dor destas
Eu sou daquelas que se dobram sim, sem se quebrar!
A vida com muitas facas aparou as arestas
E para viver eu tive que em onça me transformar

De noite sou onça negra furtiva no escuro
com agilidade eu me movo sem ser percebida
De dia sou onça pintada no meio da mata
rainha do bote que caça sem ser percebida

Eu posso também ser a rosa, a fada, o mistério
envolta em véus e segredos amantes destinos
mas tome cuidado porque também tenho garras
pois nunca haverá uma rosa que não tenha espinhos...

Nunca haverá uma rosa sem espinhos
Nunca haverá uma rosa sem seus espinhos...

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